A travessia dos Pirinéus

E eis que chegou o dia da activação do bilhete de InterRail e partimos rapidamente de Barcelona rumo à Suiça, que era o nosso próximo destino planeado, para nos encontrarmos com o David que mora e estuda lá.

Claro que ainda tínhamos os Pirinéus e o sul de França pelo caminho e não os íamos desprezar.

Para chegar a França, lemos num guia que um dos mais extraordinários trajectos que se podem fazer para atravessar os Pirinéus é o do comboio que liga La Tour de Carol a Perpignan. Não o quisemos deixar passar ao lado e enfiámo-nos num comboio rumo a norte, até à localidade de Ribes de Freser. Note-se o nome da povoação que se encontra mais próxima desta última.

Núria! Outra vez pá! Segue-me para toda a parte... É mesmo verdade, há uma terrinha perdida no extremo leste de Espanha com este lindo nome... Confesso que gostava de a ter visitado só para dizer que lá estive, mas infelizmente a Núria é meio inacessível - não há comboios para lá.

Também não há comboio entre Ribes de Freser e La Tour de Carol, mas neste caso o bilhete de interrail pode ser utilizado no autocarro que assegura a ligação. Era um autocarro de 2 andares e conseguimos usurpar os bancos da frente do primeiro andar, o que nos permitiu ter uma excelente vista da viagem que durou cerca de uma hora e na qual subimos até aos 2000 metros de altitude por uma estrada tortuosa que serpenteava pelas montanhas.

De um lado a escarpa a precipitar-se para o céu e do outro um precipício que também nos levaria direitinhos ao céu caso o condutor se distraísse.

Este pequeno trajecto tem uma vista simplesmente avassaladora de montanhas gigantes e abismos cravejados de vegetação. Vimos várias pistas de esqui (embora nesta altura do ano não houvesse neve) com os seus teleféricos a trepar pela encosta acima para transportar os turistas até ao topo.

Passámos por povoados de casas pitorescas de construção pouco habitual para nós, feitas de pedra escura e com telhados cinzentos.

A estação de La Tour de Carol, à qual por fim chegamos, é igualmente um edíficio típico e muito bonito e foi aí que apanhámos o tal famoso comboio.

O trajecto realmente não desiludiu.


O comboio tinha carruagens descobertas e foi numa destas que viajámos pela ladeira dos Pirinéus através de um bosque denso, frondoso, verdejante, deslumbrante e intocado, rasgado apenas pelas escarpas rochosas das montanhas que se perdiam nas alturas e pelos cursos de água que redemoinhavam por entre os seixos, lá muito, muito em baixo.

Ocasionalmente víamos cascatas murmurantes e atravessávamos pontes suspensas a uma altura vertiginosa. A viagem durou umas 3 horas mas nem demos pelo tempo a passar.


Dentro de um dos muitos túneis que furavam as montanhas:


Na parede de uma das estações em que parámos a meio do caminho, que servia um pequeno povoado perdido na cordilheira:

O Nuno filmou um pequeno clip durante a viagem, mas teve a sensatez de o fazer logo no início da trajecto, um dos seus trechos mais desinteressantes. Fica aqui de qualquer forma:


3 comentários:

Anónimo disse...

k carinha triste k tu tens no video!!!! aiai!!! porradas ja!

Anónimo disse...

ent e o resto da viagem????

Marco Robalo disse...

tao pa? tão e o resto?
não falas daquela noite em que dormimos juntinhos?